Quando se trata de saúde mental, os índices no Brasil são alarmantes. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a ansiedade afeta cerca de 18,6 milhões de brasileiros e os transtornos mentais são responsáveis por incapacitar mais de um terço das pessoas nas Américas.
Com o cenário caótico causado pela pandemia de Covid-19, o tema se tornou ainda mais recorrente. A crise econômica e sanitária, o isolamento social e o peso de lidar com o luto são fatores que estimulam os transtornos mentais. Segundo a pesquisa do Instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial e divulgada pela BBC News Brasil, 53% dos brasileiros declararam uma piora em seu bem-estar mental no último ano. Vale lembrar que os índices já eram alarmantes mesmo antes da pandemia.
Saúde mental e vida profissional
Nas organizações, a saúde mental sempre foi pouco discutida, mas com a pandemia em 2020, o tema passou a ter mais relevância, pois segundo dados da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, 576 mil pessoas pediram afastamento por transtorno mental, 26% a mais que em comparação ao ano de 2019.
Com o isolamento social, muitas empresas precisaram aderir ao home-office, situação que obrigou algumas pessoas a conviverem no mesmo espaço com a vida profissional e pessoal, sem conseguir impor um limite necessário entre ambas.
Antes mesmo da pandemia, especialistas já diziam que o trabalho é uma das principais causas de transtornos mentais nas pessoas e as razões podem ser diversas:
Ambiente desagradável;
Falta de comunicação;
Excesso de volume de trabalho e prazos extremamente curtos;
Bullying, assédio e violência;
Metas inalcançáveis;
Falta de reconhecimento; e,
Dificuldade em conciliar vida pessoal e profissional
Como a saúde mental dos colaboradores impacta nos resultados de uma empresa?
Um colaborador com boa saúde mental e física realiza suas atividades com ótimo desempenho, atinge bons resultados e mantém um bom relacionamento com os colegas de equipe. Porém, quando a empresa não se preocupa com a saúde mental de seus colaboradores, isso pode gerar uma série de impactos negativos para a organização como: altos índices de turnover; baixa produtividade; erros frequentes em processos diários; aumento de faltas; insatisfação dos clientes; imagem negativa da empresa; prejuízos financeiros; entre outros.
Sendo assim, é indiscutível que a falta de atenção à saúde mental de seus colaboradores gera inúmeros prejuízos as organizações.
Qual papel das organizações na saúde mental de seus colaboradores?
Mesmo que a saúde mental seja algo individual, é fundamental que as organizações deixem de tratar como um problema apenas do colaborador e passe a ver como uma prioridade coletiva.
Para isso, as empresas devem criar estratégias que visam o bem-estar físico e mental de seus colaboradores.
Investir em programas que incentivam e promovam a conscientização sobre a importância de cuidar da saúde física e mental é uma ótima alternativa.
Assim como, criar um diálogo aberto sobre saúde mental entre os colaboradores também é uma ótima opção, pois a interação entre a equipe sobre o assunto, quebra tabus e gera um ambiente mais agradável e seguro.
É importante também que as organizações tenham líderes capacitados em identificar os problemas dos colaboradores de sua equipe e saibam como prestar o apoio necessário.
Além dessas ações, muitas vezes é preciso avaliar a cultura organizacional e repensar os valores que não se conectam mais com a organização.
Sendo assim, é de extrema importância que as organizações estruturem programas consistentes e contínuos de incentivo a saúde mental, bem como a possibilidade de disponibilizar recursos para que o colaborador consiga ter acesso a tratamento psicológico com profissionais qualificados.
Promover um ambiente seguro e saudável para os colaboradores deve ser uma das principais prioridades de uma organização que visa obter excelentes resultados a longo prazo.