As habilidades do futuro não são técnicas

A IBM lançou um estudo importante analisando as habilidades reais que os líderes de negócios precisam desenvolver nos próximos três anos e os resultados foram surpreendentes. A pesquisa, que incluiu estudos em 50 países (5800 executivos), descobriu que aproximadamente 120 milhões de profissionais precisam ser qualificados novamente para lidar com novos ambientes de negócios digitais e as maiores lacunas não são “habilidades digitais”, mas habilidades comportamentais.

A pesquisa reforça o fato de que, embora as habilidades digitais e técnicas estejam em alta demanda (41% dos CEOs estão preocupados), elas podem ser preenchidas rapidamente. Mais de 45% dos gestores nos dizem que as pessoas que saem da faculdade têm as habilidades digitais de que precisam, mas o que falta são habilidades em resolução de problemas complexos, trabalho em equipe, entendimento de negócios e liderança.

É possível perceber, através da imagem, vários tópicos que estão presentes em toda empresa: tentativa de se adaptar a mudanças constantes, priorização do tempo para atividades mais importantes, engajamento e desenvolvimento de uma escuta atenta e comunicação clara acerca de ideias, descobertas e recomendações de maneira assertiva. Essas “habilidades sociais” – termo que já está sendo abandonado – são de natureza complexa e comportamental e representam o que chamamos agora de “habilidades humanas únicas”, não podendo ser realizadas por máquinas.

Nos últimos 30 anos, trabalhos altamente operacionais despencaram em valor. Trabalhos técnicos (engenheiros, por exemplo) ficaram um pouco para trás, em parte porque a tecnologia continua mudando e muitos trabalhos técnicos estão sendo automatizados. Empregos com altas habilidades sociais (vendas, liderança, gerentes de projeto, marketing) aumentaram em valor e os que exigem tanto técnica quanto gerencial aumentaram mais. Até os trabalhos de “cientistas de dados” estão se tornando mais híbridos, como mostram as pesquisas da Burning-Glass. Espera-se agora que os cientistas de dados altamente pagos entendam como interpretar dados, consultem seus clientes internos e comuniquem suas ideias de maneira atraente e relevante para os negócios. No caso do RH, espera-se que saibamos muito sobre todos os domínios da área e, além disso, precisamos entender tecnologia, economia, ciência do comportamento e negócios também.

O que isso significa para você: hora de criar academias de capacidade corporativa

Nesse cenário, é importante pensar em estratégias para capacitar as equipes e mantê-las motivadas mesmo frente a tantas mudanças. Oferecer muito treinamento voltado para a parte digital não é suficiente. Uma alternativa é oferecer aos colaboradores uma ampla gama de oportunidades de desenvolvimento, incluindo desenvolvimento formal, aprendizado autodirigido, designações de desenvolvimento e possibilidades de crescimento.

Uma das descobertas apontadas pela pesquisa da IBM é que, enquanto a meia-vida das habilidades está diminuindo, o tempo para desenvolver habilidades aumentou. Em 2014, as empresas estimaram que eram necessários três dias para desenvolver as novas habilidades necessárias. Hoje eles estimam que leva 36 dias, mais de dez vezes.

Assim, as habilidades digitais, voltadas para a área de TI, agora são habilidades amplas, ou seja, todos precisamos entendê-las até certo ponto. São apenas engenheiros de software, por exemplo, que precisam de habilidades profundas em programação, interfaces de usuário e algoritmos. A estratégia então é criar uma esfera focada em habilidades que abrangem muitos domínios, como um conjunto vertical de programas focados em marketing digital ou RH digital.

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