O mercado de trabalho, ao longo dos anos, além da exigência das formações de graduação, pós-graduação ou MBA, por exemplo, emerge com novos requisitos para as oportunidades. O recrutador, então, se vê na necessidade de aprimorar sua estratégia para o recrutamento e, nesse cenário, surgem as Hard e Soft Skills.
As Hard Skills são aquelas competências tradicionais que se usa para ilustrar o currículo, como graduações, cursos de especialização, conhecimento em outras línguas, domínio em informática e os conhecimentos oriundos das experiências profissionais. As Soft Skills são as competências que dizem respeito à personalidade e comportamento de uma pessoa, englobando aptidões mentais e emocionais. Elas se relacionam à maneira de se relacionar com os outros no ambiente organizacional e sua influência na produtividade daquela equipe. A grande questão é que não conseguem ser aprimoradas através de conhecimento técnico, demandando de outro meio de desenvolvimento.
Uma das táticas do recrutamento para identificação das Soft Skills é a apresentação de um desafio em um processo seletivo. A partir da situação problema, o recrutador consegue identificar diversos aspectos daquele candidato, ou daqueles, diante um processo grupal. Competências como tomada de decisão, planejamento e criatividade podem, assim, ser identificadas, dando bagagem àquele recrutador para selecionar o melhor candidato.
Hard e Soft Skills no Recrutamento e Seleção
O especialista em capacitação de talentos, Guilherme Junqueira, citou em sua revista Gama Academy, a importância da atenção às Hard e Soft Skills e sua influência no mercado. Baseado no que apontou, vê-se que o comportamento é fundamental para a entrega de um resultado assertivo, visto que apenas ter conhecimentos teóricos não é suficiente se o colaborador não consegue trabalhar em equipe.
A comunicação eficaz é uma das principais Soft Skills atuais. Todo colaborador precisa ter uma comunicação assertiva para que o fluxo de cada setor siga da maneira correta. Essa comunicação engloba o contato com clientes, interface com outros setores, escrita clara de e-mails e a capacidade de persuasão. A escuta do recrutador deve se atentar à comunicação do candidato e, para isso, cabe a ele criar um direcionamento da entrevista ao ponto de conseguir fazer com que o candidato demonstre como é sua comunicação em diversos âmbitos. Para complementar a entrevista, a escrita pode ser analisada através da aplicação de um case em que o candidato deverá se expor de maneira clara e objetiva, como se já fizesse parte da equipe. Há um grande leque de dinâmicas e opções para o recrutador perceber essa competência no candidato, se adaptando ao nível estratégico de cada vaga.
A criatividade é também uma competência muito importante. Novamente, cabe ao recrutador instigar a resolução de problemas que estimule a criatividade no candidato para averiguar se ele consegue usar dos recursos oferecidos de uma maneira inovadora para chegar ao resultado esperado. Um profissional que tenha essa Soft Skill é fundamental para a empresa, que se beneficiará ao ter um leque de opções para sair de um problema ou para implementar uma mudança.
Outra Soft Skill essencial é a resiliência, que esbarra na maturidade psicológica para lidar com a pressão diária. O recrutador pode utilizar de um arsenal de testes psicológicos para averiguar tal competência e ao longo da entrevista, poderá instigar o candidato a dar exemplos de situações passadas em que essa competência o fez destacar. Assim, tem-se uma figura geral mais consistente de como esse equilíbrio emocional poderá contribuir para a gestão de conflitos dentro da empresa. Um colaborador com essa competência consegue diluir a tensão de alguns momentos e enxergar a melhor saída para esses problemas. Além disso, a empatia também é peça chave, que impacta no relacionamento interpessoal dentro da empresa e, consequentemente, no manejo das situações de risco.
A ética é também uma competência importante dentro de uma organização e não consegue ser ensinada apenas por livros e cursos. O recrutador poderá expor situações duvidosas em que o candidato deverá tomar decisões baseadas nos princípios que acredita serem éticos. Um colaborador ético alimenta a cultura de que os processos deverão seguir o seu fluxo sem desvios e, assim, a empresa tende a crescer cada vez mais.
O profissional de RH também tem a função de estimular essas competências dos funcionários da organização e, para isso, existem diversas maneiras. Uma delas é valorizar os potenciais dos seus colaboradores e estimular o desenvolvimento delas, seja por treinamentos ou por direcionamento de tarefas em que essas habilidades sejam mais usadas e estimuladas. Como complemento, o feedback contínuo é essencial para que aquele colaborador veja os seus pontos fortes e entenda onde precisa se desenvolver mais um pouco.
Atualmente, um currículo cheio de qualificações não é suficiente para a aprovação em um processo seletivo, sendo as Soft Skills tão importantes como uma especialização ou conhecimento em outro idioma. Uma base teórica e empírica é necessária, mas um profissional atualizado busca técnicas para aprimorar também as competências emocionais e sociais.