Organizações Exponenciais – O que são e onde vivem?

Tem se percebido um movimento interessante nos últimos anos no qual os especialistas chamam de “organizações exponenciais”. Empresas com pouco tempo de mercado se tornam rapidamente referência conquistando centena de milhares de clientes e mudando a maneira como consumimos determinados serviços. Diga-me se você nunca pensou como era a sua vida antes da invenção do Netflix ou como o Uber é essencial na sua vida. Você sabia que essas duas empresas têm menos de uma década de existência?

Mas como isso é possível, onde foi parar aquela ideia de que para se consolidar num determinado segmento é preciso muito tempo e exige grande investimento de máquinas, pessoas, etc.?

Neste artigo será explicado o conceito das organizações exponenciais e como essas empresas podem ajudar no seu dia a dia.

O termo foi apresentado pela primeira vez no livro “Organizações Exponenciais: Por que elas são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que a sua (o que fazer a respeito)dos escritores Salim Ismail, Michael Malone e uri Van Geest. Publicado pela HSM Editora, a obra promete revelar o segredo das grandes empresas que alcançaram sucesso meteórico.

Os exemplos estão no nosso dia a dia e aposto que você já usou um ou mais deles: Airbnb, Uber, Netflix e Waze são cases mostrados no livro e o que os tornam comum é a capacidade de crescimento acelerado das organizações exponenciais em comparação com outros negócios que crescem de forma linear e devagar. Lembra do gráfico das aulas de matemática? Basicamente assim:Linear x exponencial

O ritmo de crescimento das organizações exponenciais chega a ser 10 vezes maior, graças à inovação que colocam em prática, pela adoção de tecnologias avançadas e, principalmente, pela estrutura enxuta, ou seja, os ativos físicos são quase que inexistentes. É a fórmula do sucesso: eficiência e custo baixo.

Vamos pensar no caso da empresa Uber, fundada em 2009. Faturamento na ordem de U$ 6,5 bilhões em 2016, mais de U$ 20 bilhões gerados em corridas no mundo todo, e quantos carros existem na frota? Nenhum.

A aposta da Uber, assim como em outras organizações exponenciais, é a tal da economia compartilhada. Eles pensaram: os carros já estão nas ruas, as vezes parados, porque não fazer disso uma nova maneira de transporte e ajudar pessoas que precisam se locomover a custos baixos?

Outro caso emblemático é o aplicativo Waze. Quem nunca recorreu ao sistema dele para se livrar de um engarrafamento ou para simplesmente encontrar um caminho para determinado destino? E o que os fundadores fizeram? Simplesmente perceberam que a tecnologia já existia e estava nas mãos dos futuros usuários: smartphones conectados à internet.

Bom, mas agora que sabemos o que são as organizações exponenciais e vimos alguns exemplos bem próximos da nossa realidade, já percebemos que  servem de inspiração. Mas em termos práticos, como as organizações exponenciais podem ajudar a área de RH, e por consequência, as demais áreas de uma empresa?

O objetivo não é transformar empresas lineares em organizações exponenciais (também conhecidas como ExOs, em inglês Exponential Organizations) da noite para o dia. Mas sim adotar algumas atitudes significativas, pequenas ações muitas vezes, que podem ajudar na mudança de mindset.

  • Pensar grande

Se você quer ser grande, você precisa pensar grande. E é aí que apresento uma atitude que pode não ser simples de implementar num primeiro momento, mas é fundamental: para uma empresa ter crescimento exponencial, ela precisa ter um propósito transformador massivo (PTM).  Nada mais é do que uma declaração do propósito da organização. É isso que vai ajudar a mover toda a empresa para impactar verdadeiramente o ambiente externo.

Para ilustrar essa ideia, trago o propósito de uma organização exponencia, velha conhecida nossa:

Google: organizar a informação do mundo. Pouca coisa eles querem, não é? Mas essa é a ideia. Pensar grande, quase que um sonho. Percebem que são declarações aspiracionais, até certo ponto parecem utópicas? Mas que causam também um brilho nos olhos e sentimento de “faço parte de algo realmente transformador”.

  • Inovar

Arrisco dizer que sem inovação não existe organização exponencial. Este é um critério-chave das ExOs. Nova forma de fazer as coisas, pensar fora da caixa, fugir da zona de conforto e sempre investir na capacidade de se reinventar.  A rotina é uma das inimigas da inovação, mas ela esconde boas oportunidades para resolução de problemas. Um exemplo?

Uma certa pessoa estava bem incomodada com a empresa de cartão de crédito onde era cliente. Pagava as famosas anuidades e nunca entendia o benefício daquele valor mensal que caía na sua conta. Ligar para a central de atendimento ao cliente da operadora do cartão até resolvia, mas era um verdadeiro calvário. Minutos preciosos de espera, transferência de setores e súplicas para que o valor da anuidade não fosse cobrado.

O incomodo fez com que essa pessoa, em 2013, trouxesse uma nova solução para fazer compras com um cartão de crédito. David Vélez queria mudar as regras do jogo e usou a tecnologia (que será abordada mais adiante) a seu favor. Ele poderia ter ficado na dele, acomodado com as verdades absolutas da taxa anual, dos juros rotativos caros e da dependência de um banco, mas percebeu que dava para fazer diferente e fazer a diferença.

  • Escalabilidade

Nem todo negócio consegue ser escalável, mas pode ter ideias e processos escaláveis sim.

Adotar um sistema que permite ser repetido em escala, sem aumentar custos ou equipe, e de quebra, aumenta a produtividade. Um sonho né?

E qual a receita de bolo para isso? Um exemplo que gostaria de compartilhar é a implementação de um sistema de e-learning (aprendizagem eletrônica) na empresa. Todos sabem que treinamento é essencial no desenvolvimento dos funcionários, seja para que eles exerçam melhor uma função que já possuam, seja para mudarem de tarefa e adquirirem know how. Treinar é parte fundamental numa empresa, mas exige investimento e não é barato. São necessárias salas equipadas, organização de agenda do instrutor, além de reunir todos os participantes num determinado dia ( ou dias, dependendo do conteúdo a ser ensinado).

Legal, mas o que isso tem a ver com escalabilidade?

Quando a empresa é pequena, ok. Até dá para conciliar a agenda de todos, reservar sala com poucos dias de antecedência e mudar a data caso haja um imprevisto de última hora. Mas quando a empresa começa a crescer e tem filiais em outras cidades? Sem contar que o volume de treinamentos é muito maior e a complexidade deles também. Como escalar para não perder a produtividade?

O e-learning é uma prática adotada por grandes empresas que pensaram nisso: meu processo de treinamento não pode ficar parado no tempo. A tecnologia existe e posso usá-la a meu favor. De qualquer lugar onde os funcionários estejam, seja em casa, no ônibus a caminho do trabalho, na sala de embarque, ele pode acessar uma plataforma e realizar o treinamento para o qual foi chamado. Se ele precisou se ausentar no dia do treinamento presencial, ele não será prejudicado, pois poderá fazer o treinamento em outro horário, sem onerar custos extras para a empresa.

Padrão não está no dicionário das ExOs. Elas querem se diferenciar, serem conhecidas por saírem da mesmice. Fazer de forma diferente pequenos processos já é um grande passo para a mudança de mindset dentro das empresas.

 

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