Será possível robotizar tudo?

Já podemos sentir os efeitos do avanço tecnológico no mercado de trabalho e a automatização de processos nutre o debate acerca de como será o futuro do trabalho. O Fórum Econômico Mundial estima que cerca de sete milhões de empregos já não existirão nos próximos anos e o desemprego que atualmente já assombra o país é uma das principais preocupações sociais.

As tarefas repetitivas e operacionais já são comumente realizadas por máquinas e software e o papel das pessoas nesse sistema se torna uma incógnita. Para se destacar em meio ao cenário tecnológico, a demanda do mercado atual é de profissionais cada vez mais qualificados, dotados de competências como a comunicação, flexibilidade e habilidade de entregar resultados mesmo diante de grandes conflitos. O desafio da contemporaneidade é unir a tecnologia apresentada pela Inteligência Artificial com as habilidades do homem – Hard e Soft Skills.

A tecnologia também mudará a estrutura dos empregos e da estratégia das organizações. Uma pesquisa apresentada pela Forbes Brasil indica que em 2020, a força de trabalho móvel global chegará a 1,75 bilhão de pessoas, ou seja, as pessoas poderão trabalhar pelos seus smartphones ou computadores dos mais diversos lugares, desde escritórios até em aviões. Para preparar o profissional para essa mudança de ritmo, a aposta na área de Recursos Humanos é enorme. Cabe ao RH criar uma base de treinamentos que preparem aquele colaborador para conhecer as novas tecnologias e enxergá-las como aliadas para a sua produtividade.

Carreiras do Futuro

Robert Half ilustra em seu artigo para a Forbes Brasil que as inovações tecnológicas também afetarão a estrutura das carreiras no futuro. Ao passo que os trabalhos repetitivos e operacionais já são ameaçados pela tecnologia, há tendências que ainda se mantêm fortes: as profissões high tech e as high touch. As primeiras se referem àquelas profissões de alta especialização e impacto tecnológico como engenheiros, médicos, arquitetos, profissionais da tecnologia e da produção industrial. Já as high touch envolvem o impacto humano, exemplificadas por nutricionistas, educadores físicos e profissionais do lazer e saúde.

Competências que a tecnologia não substitui

Para se preparar para os desafios trazidos por essas mudanças, a estratégia tem que ser instigada pela alta liderança e os diretores de RH afim de passar por essa transformação da melhor maneira possível. Para isso, o brainstorming é uma das alternativas recomendadas para mapear as mudanças que estão acontecendo, listar os empregos atuais e os que tendem a ser implantados e as práticas corporativas que deverão ser deixadas de lado para darem lugar a um novo cenário comercial.

É importante atentar-se também aos gaps decorrentes do desempenho dos trabalhadores diante às mudanças tecnológicas e, para isso, torna-se necessário o desenvolvimento da aprendizagem ágil. Dessa forma, treinamentos emergem como técnicas de planejamento para que a performance da empresa não seja prejudicada.

A criatividade é uma característica humana que não poderá ser substituída por alguma máquina e é uma das habilidades mais procuradas em um profissional, uma vez que mentes criativas encontram soluções que outras pessoas jamais conseguiriam perceber. Um colaborador criativo consegue utilizar dos recursos providos pela organização – e agora também pela tecnologia – para criar maneiras de entregar resultados cada vez melhores, inovar processos e desenhar estratégias que alavanquem a empresa.

Ademais, a persuasão é uma competência humana extremamente essencial e valorizada. Os softwares e técnicas trazidas pela Inteligência Artificial darão bagagem para o colaborador melhorar seus argumentos a fim de superar as objeções de clientes e fornecedores. Cabe, então, ao colaborador ter um raciocínio analítico que consiga processar todos os dados apresentados e desenhar a melhor estratégia.

O perfil comportamental tem valor no trabalho do futuro?

O trabalho em equipe, boa comunicação, negociação e liderança são algumas habilidades sempre valorizadas pelos recrutadores e que continuarão tendo seu papel fundamental no trabalho do futuro. O profissional deverá estar comprometido com o seu próprio desenvolvimento e saber tomar decisões ora baseadas em uma grande quantidade de dados, ora diante questões abstratas como a cultura corporativa e o bem-estar da equipe.

Nesse cenário, uma pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers e pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp FGV) aponta algumas características importantes aos novos modos de trabalho. Dentre elas encontra-se a capacidade de exercer liderança, capacidade de formar e gerir equipes, capacidade de exercer autonomia e intraempreendedorismo e maiores possiblidades de usar a criatividade e potencialidades individuais para desenvolvimento profissional.

Redação
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