Remuneração é custo ou investimento?

Em uma relação de emprego uma pessoa fornece seu trabalho a um empregador e recebe em troca um valor denominado salário, conforme art. 3º da CLT. Se a pessoa em questão trabalha com vendas, essa poderá receber uma quantia fixa mais uma comissão sobre vendas, de maneira que a soma da quantia fixa mais a renda variável corresponde à remuneração recebida pelo colaborador.

Apesar do salário e da remuneração serem vistos muitas vezes como sinônimos, eles possuem definições diferentes.

 

Salário e Remuneração

Como visto anteriormente, salário é a recompensa paga pela empresa ao seu colaborador em um período determinado e frequente. Veja algumas referências de salário:

  • salário mínimo – estabelecido em lei;
  • salário base – definido em contrato de trabalho;
  • piso salarial – estabelecido por acordo, convenção ou dissídio com sindicatos da classe;
  • salário profissional – estabelecido por categorias de profissionais, órgãos regulamentadores da profissão.

Tudo que for oferecido ao trabalhador, além do salário, é considerado remuneração. Sendo assim, a remuneração é tudo aquilo que o empregado recebe em troca do serviço prestado: salário; adicionais; horas extras; benefícios corporativos; e, comissões.

O salário sempre estará contido na remuneração, mas a remuneração não será, necessariamente, correspondente ao salário. De acordo com Gary Dessler, a remuneração é um processo que envolve várias formas de pagar ou recompensar os colaboradores pelo trabalho desempenhado por eles na empresa.

 

Recompensas financeiras e não-financeiras

Na empresa, o sistema de recompensa é o conjunto de benefícios materiais e imateriais que a empresa disponibiliza aos seus colaboradores. As recompensas podem ser financeiras e não-financeiras, conforme Chiavenato.

As recompensas financeiras diretas correspondem ao desempenho individual e é paga pela empresa na forma de salário, prêmio, bônus e comissões, entre esses, o salário ainda é o mais importante.

Salário direto está relacionado ao valor recebido como contraprestação do serviço realizado. Enquanto, o salário indireto, decorre das relações legais de trabalho que incluem férias; gorjetas; adicional de insalubridade; adicional de periculosidade; adicional por tempo de serviço; benefícios oferecidos pela organização; seguro de vida; etc.

Os estímulos não-financeiros fornecidos pelas empresas também são compreendidos como recompensas ao colaborador. Grandes empresas costumam adotar tipos de premiações para incentivar o bom desempenho de equipes.

Entretanto, empresas de qualquer porte podem oferecer algum tipo de recompensa não-financeira aos seus colaboradores, tais como: folga no dia do aniversário; vale-compras; dia temático; entre outros que podem ser oferecidos.

 

A remuneração nas organizações

Os modelos tradicionais de remuneração aplicados na empresa são definidos pela hierarquia de cargos, mas, atualmente, algumas empresas têm implantado novos modelos de remuneração mais flexíveis e também compatíveis com os modelos de qualidade. Os novos formatos abrangem: remuneração por competências e a remuneração por desempenho.

Por competências: Consiste no alcance das competências organizacionais e individuais determinadas. Assim, para remunerar um colaborador por competências, é realizada uma análise das competências que o profissional tem e das funções que exerce na empresa.

Por desempenho: É atrelada aos indicadores de desempenho. Para remunerar um colaborador por desempenho é necessário utilizar métricas que possam ser mensuráveis ao longo do tempo. Geralmente, esse tipo de recompensa compõe a remuneração variável e é bastante utilizada na área de vendas.

As organizações dependem de recursos humanos para produzirem e obterem retornos do mercado. Em gestão de pessoas, a remuneração é um assunto importante porque fornece aos colaboradores recompensas pelo trabalho que desempenham.

Apesar de representar custo em um primeiro momento, a remuneração é um investimento, porque o dinheiro é aplicado na produção da empresa e, por consequência, isso é o que aumenta a competitividade organizacional.

Ter um programa de remuneração é importante, pois ele determina a quem pagar e como pagar – esses são aspectos fundamentais na estratégia das organizações. Portanto, remuneração é sim um investimento porque o nível de salários impacta na posição competitiva da empresa no mercado e nas relações estabelecidas com os próprios colaboradores.

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