Por mais que a economia brasileira ainda esteja vivenciando períodos de instabilidade, muitos empresários, tomadores de decisão e líderes – especialmente os de recursos humanos – já conseguem enumerar as lições que extraíram da atual gestão de crise, que vêm se prolongando nos últimos dois anos.
Embora parte desses profissionais tenha uma visão nada otimista desse cenário, nem só de pontos negativos é composto o memorial da gestão de crise. Para o RH – nosso foco de estudo –, sobra desafios, mas é possível extrair bons ensinamentos dessa fase e, quem sabe, deixar um legado para o futuro.
Baseados em casos de sucesso e pesquisas relacionadas à área de gestão de pessoa, apontamos, a seguir, os principais legados da recessão para o RH. Confira:
5 lições que o RH pode extrair da gestão de crise em 2016
1. A retenção de talentos segue desafiadora, mesmo em um mercado de trabalho desaquecido
Com os índices de desemprego batendo recordes no Brasil, 2016 parecia o ano em que a retenção de talentos não seria a maior dor de cabeça do profissional de RH, afinal, nem mesmo o melhor dos colaboradores ousaria colocar seu posto em risco.
Contudo, não foi isso que a gestão de crise mostrou para os líderes da área. Se a escassez de mão de obra qualificada ainda é um gargalo para o crescimento dos negócios, manter os melhores colaboradores num momento difícil se tornou assunto até da agenda do CEO.
Reter, nesse contexto, não significou apenas manter salários e cargos em segurança, mas também engajar, reconhecer e desenvolver as pessoas, mantendo a produtividade em níveis estáveis.
2. A comunicação é (e foi) uma das mais importantes ferramentas do RH
O diálogo, a transparência e a disposição em ouvir os funcionários são armas poderosas de qualquer gestão de crise. Porém, nos últimos tempos, tais ferramentas viraram antídotos contra o clima de incertezas, que tanto afeta as pessoas em situações desfavoráveis.
Ao RH, coube apaziguar a insegurança dos colaboradores através de fortes canais de comunicação. Mais uma vez, foi preciso expor os principais desafios das companhias diante desse cenário e ressaltar o papel de cada talento na superação dos mesmos.
3. É possível fazer mais com menos (especialmente em relação a T&D)
Uma das principais consequências de uma retração é o corte de custos, seja com pessoas ou investimentos. Por isso, o RH, como qualquer outra área, realizou seu planejamento com verbas mais reduzidas durante a gestão de crise.
Pensando em não perder as metas – especialmente aquelas relacionada a retenção de talentos –, foi necessário fazer mais com menos, especialmente quando o foco era treinar e desenvolver pessoas. Em alguns casos, a palavra de ordem foi reinventar.
Para muitos gestores de RH, a solução surgiu dentro da própria empresa. Os programas internos, planejados e executados por especialistas da companhia, ganharam força na distribuição de conhecimento e virou ferramenta de integração de colaboradores.
4. O líder é um importante parceiro do RH, especialmente na gestão de crise
Em todas as ações acima descritas, a liderança teve um papel fundamental no alcance das metas do RH. Seja na motivação diária dos colaboradores, ou até na identificação de talentos aptos para compartilhar conhecimento, o líder ganhou protagonismo na gestão de crise e foi peça-chave na retenção de talentos.
5. O RH reafirmou sua importância estratégica para os negócios
Em tempos difíceis, palavras como motivação, engajamento e superação passam a fazer parte do vocabulário corporativo. E o RH, que carrega esses conceitos em seu DNA, provou, mais uma vez, que o capital humano é o principal ativo da organização, pois uma força de trabalho orientada, que se enxerga como parte do negócio, consegue produzir, inovar e reinventar, três ações tão requisitadas em gestão de crises.
E você, gestor de RH, consegue enumerar outro ensinamento dessa gestão de crise? Na sua visão, qual é o maior legado da recessão que atingiu o país? Compartilhe seu depoimento conosco no espaço de comentários.