O mundo está em constante e acelerada mudança, vivemos na era da tecnologia, e processos que demoravam horas para serem concluídos, hoje levam menos tempo graças aos softwares que estão surgindo no mercado. No RH não poderia ser diferente, afinal, não podemos esperar o futuro chegar para mudar o mindset sobre a gestão de pessoas. O mercado se atualiza e anda a passos largos e velozes, hoje se exige da capacidade humana criatividade e pensamentos estratégicos que as máquinas não podem suprir.
Mas ao contrário do que se possa pensar, a mudança, ao todo, se faz na cultura, ou seja, é preciso que as organizações incluam “pensamentos tecnológicos” em seu dia-a-dia e estejam atentas ao mundo digital e no que ele pode oferecer para que a empresa cresça e evolua. Hoje não há espaço para líderes que não “entendam de tecnologia”, é preciso aceitá-la, entendê-la e aplicá-la nos modelos de gestão para que o mindset mude e seja voltado para propósitos em comum e para o negócio.
E como essa mudança acontece no RH?
O RH precisa de gestores que estejam abertos a inovação e não tenham pensamentos retrógrados, pois não há mais espaço para este modelo de liderança. Os líderes precisam se atualizar e não apenas adotar novos softwares (esta é só a ponta do iceberg) é necessário que a mudança venha de dentro para fora e da empresa para os colaboradores.
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Hoje existe a necessidade da reinvenção do setor para que ele consiga responder às transformações do mercado e entender que a tecnologia tem um impacto muito significativo em toda a corporação, afinal com a redução de processos burocráticos que antes demandavam horas, a automatização destes processos ajudam a otimizar o tempo do gestor para que o mesmo, juntamente com sua equipe, consiga focar em questões estratégicas e alinhar-se com a empresa, trazendo para si uma mente empreendedora.
Ao implementar processos automatizados, as empresas conseguem ver melhorias tanto na produtividade quanto na redução de custos a curto prazo. A tecnologia pode ajudar o setor a simplificar as rotinas do RH e consequentemente, melhorar a gestão de pessoas.
Seguindo esta linha de pensamento, na entrevista concedida ao BlogRH no CONARH 2017, Demetrio Teodorov, Head de Inovação da Alelo, nos conta como a transformação digital impacta o RH e a empresa ao todo e como foi a mudança cultural da Alelo.
BlogRH: O que é necessário para que a transformação digital seja efetiva na empresa?
Demetrio: A transformação digital antes de tecnologia é cultura, comportamento e engajamento da alta direção. Todos os colaboradores devem estar engajados e cientes da mudança de comportamento que estamos assistindo com está nova revolução pós-industrial – uma boa alavanca é o compartilhamento da estratégia corporativa. Quando a estratégia é pautada por transformação digital e patrocinada pela alta direção, os momentos exponenciais dentro da cadeia de valor (independente da indústria) surgem espontaneamente. Temos vivido este cenário na Alelo.
BlogRH: Vemos que o RH está se transformando e tornando-se digital. Existem inúmeras ferramentas e métodos para automatizar os processos e torna-lo ainda mais estratégico. Porém, como transformar o mindset do RH?
Demetrio: O mindset deve ser transformado com o princípio básico do “update or die” (atualize ou morra) – os processos estão se tornado sprints, os contatos cada vez mais digitais – hoje o recrutamento é possível ser executado com inteligência artificial e a admissão/integração totalmente digital – devemos perder o preconceito de inovar com simplicidade utilizando toda a tecnologia disponível.
Na Alelo mapeamos oportunidades com apoio de startups ligadas ao ambiente de RH, ambos em teste interno, com roll out previsto para 2017. Aproveitamos a agilidade das startups como acelerador da Transformação Digital.
BlogRH: O que é necessário para uma empresa linear se transformar em exponencial?
Demetrio: Acredito que o primeiro passo é a empresa ser tolerante ao erro, entender que o erro controlado e rápido é um combustível incrível para novos insights e percepção de oportunidades dentro e fora do core da empresa. O segundo ponto é a conexão com o ambiente de tecnologias com propósito definido – isto as startups entregam de maneira objetiva. Outra questão importante é estar atento as transformações de comportamento, novas gerações, tendências e gênero – insumo importante para fazer com que a empresa entenda qual público quer atingir em médio e longo prazo – tudo isto aliado a um propósito claro e estratégia definida e comunicada.
BlogRH: Sabemos que o engajamento entre os colaboradores e a empresa é de extrema importância para seu sucesso. Quais dicas você daria para uma corporação que está em formato convencional transformar-se em uma empresa colaborativa e engajada com seus funcionários?
Demetrio: Na Alelo, uma empresa colaborativa e informal, a receita foi incluir os 650 colaboradores na jornada de inovação, foram mais de 60 ações relacionadas aos temas, entre eles Universidade Corporativa, comunicação em todos os canais – com uso massivo do endomarketing, evento com empresas inovadoras durante o expediente, participação em staff de diversas diretorias entre outros. A chave foi desmistificar o assunto e incluir todos.
Acredito que a gestão à vista das iniciativas de inovação e a participação dos colaboradores (todos os níveis) em comitês e em testes, foram determinantes para o alto nível de engajamento e colaboração.
BlogRH: Quais ferramentas foram utilizadas na Alelo para montar esta dinâmica da transformação digital?
Demetrio: Entendemos que a transformação digital corporativa só acontece de maneira extremamente colaborativa, a Alelo usa atualmente sessões de Sprint (2 horas) para entender as “angustias” do dia-a-dia e propor soluções rápidas e de fácil prototipação – em alguns casos os testes fazem tanto sucesso que vão direto para a produção – no caso dos Chatbots e AI.
Para dar vasão a todas as atividades de maneira “destravada” usamos a metodologia Ágil na gestão dos Sprints.
BlogRH: Como foi esta transformação dentro da Alelo? Quais foram as maiores dificuldades e os maiores resultados observados?
Demetrio: A transformação na Alelo está em andamento e o final não está próximo – estamos trabalhando com ferramentas estratégicas para entender e explorar as possibilidades de atrito zero e encantamento nos três pilares da Alelo – usuário, estabelecimento comercial e RH – mesmo que o olhar fuja do core da empresa. Nesta jornada de ativação de inovação a maior dificuldade foi encontrar uma ligação assertiva e fluída com o planejamento da esteira de produção, ou seja, o maior risco e problema é o desenvolvimento de um elemento inovador e a tempo dele sair do laboratório e ir para a prateleira. Inovação apresenta resultados tangíveis e intangíveis em toda a sua dinâmica, dentro de casa expandiu o leque de oportunidades para adoção de novas tecnologias e processos mais leves e dinâmicos, ajudou também a entender possibilidades de novos mercados ou negócios como carro compartilhado, comunicação contextualizada e tecnologia portada em veículos.
Demetrio Teodorov é Head de inovação da Alelo, conselheiro na IAB e professor de MBA na UBS Escola de Negócios.
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