Como provocar os líderes a interpretar as tendências

Os ciclos econômicos definem, na maioria das empresas, as estratégias de inovação. Em momentos em que o budget está mais favorável, tende-se a implantar novos projetos e investir em ideias novas para aprimorar processos, enquanto nos períodos de baixa o foco volta-se para o aumento da eficiência com o mínimo investimento de capital. Essa maneira de direcionamento é arriscada devido a inúmeras variáveis que podem aparecer nesse cenário, como a visão a longo prazo, que é deixada de lado em detrimento de situações mais emergenciais.

Quando se imagina essa visão de longo prazo, o planejamento deve ser baseado em quantos anos? Comumente as empresas criam estratégias para um período de cinco anos, o que também evidencia inconsistências e poderá dar margem a imprevistos, visto que é um período insuficiente para englobar mudanças profundas que tendem a ser cada vez mais frequentes no mercado de trabalho. Além disso, quando se pensa no período de uma década, pode-se pensar ser longo demais se olharmos sob a ótica das mudanças menores que acontecem em grande velocidade.

Visão Zoom In e Visão Zoom Out

A proposta dessas visões é focar em questões a longo prazo ao mesmo tempo que a preocupação se volta a mudanças emergenciais e constantes, ou seja, pensa-se no futuro e, em paralelo, identifica-se iniciativas que farão uma diferença positiva para os resultados atuais. Essa estratégia provoca os líderes empresariais a estarem atualizados acerca das tendências transformadoras do setor em que atua e, como consequência, torna esse sujeito ativo no processo de desenvolvimento da empresa.

Para seguir a proposta dessa estratégia, a primeira etapa é estipular um cenário, de 10 a 20 anos, sobre a atuação da empresa, se questionando sobre como ela será daqui a esses anos. A partir dessa hipótese, escolhem-se as tendências mais possíveis e as incertezas que poderão impactar na entrega de resultados. Por fim, há a construção de uma visão futura do setor e o cenário em que estará inserido.

Já a segunda etapa se refere à imaginação dos efeitos desse cenário hipotético para a empresa e o papel dela para se desenvolver nele. Nesse momento é importante questionar-se acerca do que será necessário para ter sucesso no futuro e nos desafios práticos que deverão ser superados. Esse questionamento esbarra em outras perguntas que também deverão ser respondidas, como até onde é interessante crescer e se posicionar no mercado, quais os produtos que serão ofertados e se algum será aprimorado e quais as competências serão necessárias para atingir todos esses objetivos.

Já na fase Zoom In, inicia-se pela definição de até três ações a serem completamente desenvolvidas em até doze meses, encarando os desafios mais imediatos em paralelo ao direcionamento da empresa para o futuro promissor. Assim, é essencial mobilizar os recursos para realização dessas atividades, focadas nas propostas de curto prazo, se adaptando ao cenário traçado na etapa anterior.

Essa proposta se torna vantajosa por sua flexibilidade, uma vez que proporciona oportunidades de avaliação do que foi construído e revisão do cenário resultante da estratégia pensada. Após seis ou doze meses questiona-se se o cenário de longo prazo traçado ainda tem sentido e em caso negativo, é possível voltar às primeiras fases e refazê-las de acordo com as mudanças que não foram levadas em consideração.

A economia brasileira mesmo com sinais de timidamente iniciarem um crescimento favorável daqui alguns anos, ainda é instável e um gestor que se preocupa com o hoje e com o amanhã tem vantagem no mercado do futuro. A técnica “Zoom Out / Zoom In” elucida a possibilidade de pensar nessa transformação levando em conta a eficiência de cada processo, prometendo o sucesso nesse cenário nebuloso da economia.

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