No contexto das organizações e da gestão de pessoas, a palavra empowerment propõe uma revolução descentralizadora e condizente com a situação atual vivida pelas pessoas dentro e fora das empresas.
O termo empowerment – ou empoderamento – não é novo no campo da gestão. Ele surgiu por volta dos anos 90, a partir do conceito de equipes auto gerenciais.
A proposta é de que o gestor distribua níveis justos de responsabilidade e autoridade entre as pessoas da empresa, incentivando a cultura da autonomia e participação.
A arte de empoderar pessoas
É fácil falar em empowerment, difícil é fazer ele acontecer. Tudo começa com a cultura da empresa e com o tipo de gestão: se é vertical (centralizadora) ou horizontal (descentralizadora).
Em uma organização engessada, com excesso de burocratização e hierarquia, é mais difícil desenvolver o empowerment, do que em uma organização que já adota uma postura mais flexível.
Claro que as empresas têm um pouco de ambas as gestões – centralizadora e descentralizadora –, mas, em uma visão global, uma se sobressai perante a outra.
Por esse motivo, a empresa que planeja colocar em prática a arte do empowerment deve possuir em suas diretrizes uma cultura que valoriza as pessoas da organização.
Pilares do empowerment
A saber, existem quatro pilares que sustentam o empowerment:
Poder – dar poder às pessoas em todos os níveis da organização de forma que elas obtenham autoridade com responsabilidade. Dessa forma, cria-se a confiança baseada na autonomia do desempenho das tarefas e decisões.
Motivação – motivar as pessoas, incentivando-as continuamente, de maneira que sejam ouvidas, reconhecidas pelo seu desempenho e possam participar dos resultados.
Desenvolvimento – proporcionar incentivos ao desenvolvimento pessoal e profissional delas, importando-se com os treinamentos, cursos de capacitação, compartilhamento de novas técnicas e desenvolvimento dos talentos da organização.
Liderança – possibilitar a liderança por parte das pessoas na empresa. Isso implica em orientá-las para que possam desenvolver essa habilidade. É importante definir objetivos e metas, avaliar o desempenho e dar feedback.
Para empoderar os profissionais é necessário planejar e implantar de forma gradativa esse modelo de gestão na empresa, baseado nos quatro pilares citados.
Um modelo para motivação
O modelo utiliza a motivação como ferramenta capaz de desenvolver a autonomia dos profissionais. Com isso, eles se sentem parte do negócio e se tornam responsáveis pelo desempenho e sucesso da empresa.
Para Idalberto Chiavenato, doutor em administração, é indispensável fortalecer os membros da empresa. Isso proporciona melhor controle.
Ele afirma ainda que a autoestima é elemento essencial do controle. O grau de controle manifestado pelas pessoas com elevada autoestima é bem maior quando comparado às de baixa autoestima.
Algumas atitudes da arte do empowerment para os gestores:
- Acredite em seus colaboradores.
- Dê a eles autoridade, responsabilidade, autonomia e independência para realizarem suas tarefas.
- Permita que eles tomem suas próprias decisões em relação ao trabalho que lhes compete.
- Deixe que eles saibam o quanto impactam positivamente na empresa.
- Libere as informações e mova-as em todos os níveis. A informação dá poder às pessoas e ajuda no pensar e agir delas.
- Procure maneiras de desenvolver em seus colaboradores características empreendedoras, iniciativa e ideias extraordinárias.
- Delegue tarefas aos colaboradores que demonstrarem habilidades e se identificarem com as solicitações.
- Divulgue, proporcione e incentive-os a frequentarem cursos, palestras e eventos que possam auxiliar no desenvolvimento profissional e pessoal.
- Peça a opinião dos colaboradores em relação aos assuntos de trabalho.
Importância e benefícios do empowerment
Os profissionais que estão hoje nas empresas são trabalhadores do conhecimento. Já se foi a época do trabalho mecanizado, repetitivo e braçal.
Desde a revolução industrial, no século XVIII, as máquinas passaram a fazer o trabalho pesado e os homens ficaram responsáveis por operarem as máquinas. A partir disso, eles precisaram desenvolver habilidades diferentes e muito mais mentais do que braçais. A gestão de pessoas mudou!
Não há como retroceder e nem motivos para isso. Têm-se hoje profissionais do conhecimento sedentos por aprender, desenvolver habilidades e ser úteis.
As pessoas não trabalham só por sobrevivência, elas trabalham para gerar valor e pessoas que geram valor trabalham para empresas que estão dispostas a também gerar valor.
O gestor que opta pelo empoderamento das pessoas fica menos sobrecarregado e obtém auxílio dos seus colaboradores. Consequentemente, a produtividade de todos aumenta impactando positivamente nos negócios da empresa.
A delegação de poder e autonomia permite soluções mais rápidas para os problemas da organização e dos clientes, as ideias e as atitudes são compartilhadas para a equipe.
Isso traz benefícios para a empresa:
- Libera o gestor para se ocupar de tarefas importantes focadas em aspectos estratégicos dos negócios.
- Permite que os colaboradores diagnostiquem problemas na organização e apresentem soluções.
- Aumenta a velocidade de resposta para os clientes e cria um ambiente proativo.
- Possibilita aos profissionais desenvolverem um espírito empreendedor com responsabilidade e autonomia.
- Torna o ambiente de trabalho mais agradável.
- Aumenta a autoestima dos profissionais.
- Proporciona a descoberta de novos talentos.
O mercado competitivo exige respostas mais rápidas e um modelo de gestão de pessoas eficaz para aproveitar o capital intelectual disponível na empresa. As organizações que aplicam o empowerment se destacam e obtêm sucesso.