Embora muita gente desconheça, a liderança não é um dom “engessado” utilizado de uma só maneira e que só acontece de determinada forma. Pelo contrário, há várias maneiras e estilos de exercê-la.
O ato de liderar é o mesmo, mas a maneira de desenvolvê-lo muda de acordo com o ambiente, com a situação que se desenha, com o número de seguidores e, obviamente, de acordo com o líder e sua personalidade.
É comum ouvir-se falar que este ou aquele é um “líder pacífico”, ou mesmo um “líder carrasco”, de “ferro”, etc. Essas alcunhas que a sociedade escolhe são uma forma simples de nomear algo muito mais profundo: estilos para colocar a liderança em prática. Saber se organizar para descobrir o melhor estilo é uma das principais questões para quem deseja ser um bom líder.
Estilos de Liderança
De acordo com artigo publicado pela Universidade de Kent, no Reino Unido, algumas características são essenciais em cada estilo de liderança. Para encontrar seu estilo é necessário ponderar cada característica e perceber em qual sistema encontram-se a maioria de seus traços enquanto líder.
1. Autoritário: Liderança Autocrática
Se, enquanto líder, a pessoa centraliza a liderança, autoridade e responsabilidade em suas decisões, e somente nelas, pode considerar o seu estilo autocrático.
Nesse estilo de liderança autoritário há pouco espaço para decisões em time ou consultas a subordinados. Por esse mesmo motivo é um estilo pouco encorajado atualmente. Apesar de alcançar resultados rápidos e muitas vezes satisfatórios, é o tipo de liderança que reprime seus colaboradores, mina a criatividade da equipe e gera desconforto das partes subordinadas.
Um bom exemplo histórico de líder autocrático é Napoleão Bonaparte.
2. Processual: Liderança Guiada
Aqui o líder é burocrático e guia o tempo todo por procedimentos e sistemas. O time segue as ordens de maneira aplicada e com atenção aos detalhes.
Esse tipo de liderança é essencial em trabalhos e funções que envolvam riscos (com maquinários, por exemplo) e que precisem seguir à risca instruções.
Como pontos contra, é o tipo de regime que não prepara os colaboradores para situações adversas e nem os motiva facilmente, fazendo com que haja rotatividade de profissionais que, cansados, vão em busca de novos desafios.
3. Transformacional: O líder carismático
Se o líder considera forte em si a característica do apelo e da motivação, e percebe que isso funciona enquanto sistema, é provável que seu estilo seja mais voltado para o transformacional.
Aqui o líder depende de seu carisma e energia para motivar a equipe e continuar a produzir. A persuasão é algo marcante e tem como resultado uma equipe que se sente envolvida no projeto.
Atento, o líder está focado na organização, suporte e desenvolvimento do time, procurando por ideias que traduzam sempre a visão da empresa. Um bom exemplo de líder transformacional e carismático é o político Barack Obama.
É o tipo mais comum de liderança atualmente e que funciona de forma efetiva. No entanto, se levado ao extremo pode ser a causa do desmantelamento do time, já que o líder não deve se confundir com o subordinado, esvaziando assim o sentido de liderança.
4. Participativo: O Estilo Democrático
Diferente da liderança autocrática, nesse caso temos um líder que sempre toma as decisões finais, mas não necessariamente as constrói sozinho. Assim como o transformacional, ele pede opiniões, realiza votações e ouve a equipe. É a partir do que ouve que suas decisões são tomadas.
Delegar também é uma palavra de ordem no sistema do líder democrático: ele tem consciência de que não sabe tudo e é por esse motivo que contrata profissionais com habilidades especiais para seu time. Ele também entende que delegar não é sinal de fraqueza, mas de força e conhecimento, abrindo espaço para que todos trabalhem o seu melhor, para o bem comum da organização.
A principal vantagem desse estilo é o benefício mútuo: o time se sente controlado e motivado para trabalhar mais, já que se sente parte essencial da engrenagem que ele ajudou a opinar e construir.
Como ponto contra, o líder democrático pode enfrentar situações de dúvida enquanto busca fazer o melhor, mas ainda não tomou uma decisão. Ao contrário do autocrático, alguns resultados poderão demorar muito mais para acontecer.
5. “Deixar Fazer”: A liderança liberal
No melhor estilo laissez-faire, seu estilo é provavelmente mais voltado para os resultados que a equipe encontra sozinha.
Embora ainda seja responsável pela equipe e pelo produto final, o líder liberal delega muito mais do que o líder democrático e facilmente é confundido com o restante de sua equipe. Observador, o líder deixa que a equipe tome as próprias decisões e pondere o que é melhor para um projeto. Nesse caso, ele atua somente como um sancionador do que foi proposto, permitindo, ou não, o que vai acontecer em seguida.
Esse estilo só é aconselhado para quem quer exercer uma liderança participativa e confia totalmente em seus colaboradores – de preferência uma equipe que se conheça e que já trabalhe há algum tempo com os mesmos objetivos.
Como ponto negativo, pode-se afirmar que não é um líder competitivo e pode se mostrar menos efetivo que os outros estilos de liderança.