Nos últimos meses tem se visto bastante coisa sobre protagonismo e a importância de tomarmos as rédeas da nossa carreira, assumindo responsabilidade sobre ela.
Também observa-se que muitos profissionais, as vezes sem perceber, reclamam do trabalho, dos colegas de trabalho, dos gestores, e até do cafezinho que é servido. E a pergunta que fica é: O que isso contribui para resolver um problema ou um cenário que não é favorável? Em nada! Quando se adota a postura de reclamar acabamos nos tornando experts apenas em terceirizar problemas, culpando outros, no lugar de buscar soluções que poderiam ajudar a resolver algo.
Cadê o protagonismo? Onde foi parar o tal do accountability?
Com esse contexto, falaremos hoje sobre PDI, sigla para Plano de Desenvolvimento Individual.
O PDI é o planejamento feito por um profissional junto com seu gestor para desenvolver sua carreira. Nesse plano são alinhadas as competências mais importantes para que ele, por exemplo, possa assumir alguma função na empresa, conseguir uma promoção, mudar de cadeira, etc. Vale ressaltar que o PDI atende não só os interesses do profissional, mas também os interesses da empresa. É como se fosse um jogo, uma negociação, onde todos saem ganhando quando bem feito e acompanhado.
Mas antes de combinar o jogo, ou seja, antes de desenhar o PDI, é feito o tal do assessment (em português, avaliação), que vai analisar as competências e os gaps de conhecimentos, habilidades ou comportamentos que ainda precisam ser desenvolvidos.
Pronto. Avaliação em mãos, é hora de traçar o plano. Resumidamente, ele deve conter algumas etapas básicas:
01 – Trace um objetivo
Para onde você quer ir? Defina muito bem onde você quer chegar, pois como já disse Lewis Carol no clássico Alice no País das Maravilhas: “quando você não sabe aonde quer ir, qualquer caminho serve”. Ou seja, sem critérios bem definidos e um objetivo claro, você continuará perdido.
02 – Alinhe suas expectativas e anseios com os da empresa
Tanto você, como profissional, quanto a empresa devem estar na mesma direção, dessa maneira a soma dos esforços trará resultados muito melhores no alcance do objetivo.
Essa é a hora que seu assessment vai servir, e muito! Olhe seus pontos fortes e fracos, suas competências técnicas e as comportamentais. Tenha em mente o que é pertinente não só para você, mas para a empresa.
03 – Mãos na massa: escreva seu plano de ação
Defina ações concretas que te ajudarão a atingir o objetivo traçado (o que você quer) e crie estratégias (como você vai chegar lá).
Vou exemplificar para ficar mais claro:
Objetivo: ocupar posição de liderança
Ações/estratégias:
- Buscar literatura sobre motivação e influência, ler e entender sobre os temas.
- Aplicar o aprendizado sempre que possível com sua equipe.
- Determine ações de curto, médio e longo prazo
Para cada ação que você escrever no seu PDI, procure colocar prazos variados. Isso fará com que você se organize para acompanhá-lo ao longo do processo, e não se desmotivará com ações que são muito difíceis e que, portanto, vão exigir mais tempo. Quando você realizar uma ação de curto prazo que é mais fácil, você ficará mais animado e motivado para correr atrás daquela que é mais desafiadora.
Acabou? Deixa o plano de ação na gaveta da sua mesa?
Talvez esse seja o momento crucial de todo PDI.
Pensa só: você fez, gastou horas, talvez dias, fazendo esse trabalho de análise, conversou com seu gestor (as vezes com mais de um gestor), realizou seu assessment, entre outras coisas, para você não acompanhar o PDI?
Ou você acha que é dever da empresa ou do seu gestor fazer esse follow up? Lembra do que falamos no início do texto: onde foi parar o protagonismo? Quem cuida da sua carreira?
Seu líder tem sim obrigação de acompanhar seu plano de desenvolvimento, afinal é função dele desenvolver uma equipe. Mas, e se ele não fizer isso? Você vai reclamar e ficar culpando que não tem o gestor que gostaria de ter?
04 – Marque conversas frequentes com seu gestor
O PDI precisa ser acompanhado por você e por ele, e bate papos frequentes auxiliam você a perceber se determinada ação está fazendo efeito ou não. Se estiver, perfeito. Keep walking. Se precisar ser ajustada, você terá mais apoio e direcionamento.
É importante que essas conversas sejam de acordo com o período que sua ação terá para apuração. Exemplo: para alcançar um objetivo de atuar frente a um produto que tem clientes internacionais daqui a 6 meses, eu tracei como estratégia fazer um curso de inglês. Para medir minha evolução, além das provas que o curso/escola realizam, marco uma conversa com meu gestor para que ele veja minha evolução e o que devo “atacar” mais: será que devo focar mais no vocabulário ou na pronúncia? Essa conversa pode acontecer a cada 3 meses.
Para finalizar, reforço que o PDI é uma parte essencial da sua carreira, e por isso, deve ser cuidada pela pessoa que mais tem interesse nela: você. Ele coloca a responsabilidade sobre o futuro da sua vida profissional nas suas mãos, só você sabe o que precisa fazer, quando, como e, o mais importante: por que.
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