A inclusão de pessoas com deficiência é uma forma das empresas exercerem uma importante função social, proporcionando a esses indivíduos a oportunidade de realizar um trabalho remunerado de modo digno, assim como a interação com outros profissionais. Já para a equipe, é uma eficiente maneira de quebrar paradigmas e preconceitos. De acordo com a Lei de Cotas, toda empresa com cem ou mais empregados deve preencher de 2% a 5% dos seus cargos com deficientes, entretanto, existem companhias que mesmo não estando dentro da obrigatoriedade, se interessam por esse tipo de iniciativa.
Mas não é simplesmente contratar, a inclusão envolve diferentes etapas, adaptações, preparações, e a atuação do departamento de Recursos Humanos é fundamental. Saiba tudo que é necessário antes, durante e depois desse processo.
Acessibilidade no espaço físico
As pessoas precisam se locomover, percorrer livremente e conseguir realizar suas tarefas sem as barreiras causadas pela falta de acessibilidade. Além do mais, quem tem determinados tipos de limitações deve se sentir parte da empresa, agindo naturalmente, assim como qualquer outro, não alguém dependente de ajuda o tempo todo, que dificulta o trânsito pelos corredores e atrasa as atividades.
Para que essas adaptações sejam possíveis, é preciso levar em consideração todos os tipos de ajustes: espaço amplo, rampas, portas largas e banheiros adequados, no caso de colaboradores cadeirantes, pessoas que saibam se comunicar em libras para auxiliar os surdos, leitores de tela e documentos em braile para os deficientes visuais, entre outros.
Durante o processo seletivo, o RH deve estar atento à todas as modificações que os candidatos precisarão caso sejam selecionados, pois se a empresa ainda não estiver apta a recebê-lo, é importante analisar, saber qual a viabilidade e o investimento necessário para essas alterações.
Conscientização da equipe
É fundamental que todos os colaboradores comprem a ideia, saibam o quanto a inclusão é importante e quanto a participação deles é crucial durante o processo. Não é prudente que a empresa apenas cumpra uma exigência de contratação, pois a falta de preparo poderá resultar em inúmeros tipos de problema.
Dessa forma, o RH deve criar palestras e treinamentos para que toda a equipe esteja ciente da entrada desses profissionais e receba a orientação correta de como lidar, ressaltando sempre que as limitações não significam menos competência ou incapacidade, e que o tratamento deve ser de igual para igual.
Treinamento dos colaboradores com deficiência
Se a contratação das pessoas com deficiência for realizada junto com a de pessoas sem deficiência, é extremamente relevante que o treinamento inicial seja feito junto, sem separações e discriminações. Todos devem participar das mesmas atividades e terem as mesmas orientações. Claro, sempre levando em consideração as individualidades e características de cada um.
Conhecer e acreditar no potencial
A dificuldade de enxergar o profissional com deficiência como um colaborador de grande potencial, é um dos maiores empecilhos para a inclusão. As pessoas ainda se deixam levar por estereótipos e preconceitos, mas é importante que, primeiramente, a empresa acredite na capacidade dessas pessoas e confie a elas, sempre que possível, qualquer tarefa que confiaria a outro funcionário sem deficiência.
O foco não pode ser nas limitações e sim no potencial, as adaptações não definem o conhecimento e as habilidades que elas têm a oferecer. A questão cultural de que esses profissionais são menos produtivos ainda é um grande desafio nesse meio, portanto, o papel do RH é estar sempre aberto a mudanças e a trazer essa visão livre de julgamentos para o ambiente corporativo.
Acompanhamento dos colaboradores com deficiência
Assim como qualquer outro colaborador, os profissionais com deficiência precisam ser ouvidos. Não só para que a empresa consiga auxiliá-lo em qualquer dificuldade que possa aparecer, oferecendo treinamentos mais específicos, cursos e workshops, como também é importante dar espaço para que eles deem opinião e sugiram, se necessário, aquilo que precisa ser melhor adaptado.
As pessoas com deficiência são as peças chave para que a organização avance no quesito inclusão, pois não há ninguém mais indicado para isso do que quem realmente passa por toda essa inserção. Através do acompanhamento, a organização conseguirá criar meios de se preparar melhor para reter mais colaboradores com deficiência. Da mesma forma, é indispensável acompanhar a adaptação dos gestores durante esse processo, pois ambas as partes precisam estar em harmonia.
Diante de todas essas observações, fica claro que além da instituição estar aberta a receber esses profissionais, o RH precisa se informar e se capacitar, pois serão os responsáveis a direcionar esse processo de integração da melhor maneira possível.