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Os desafios do RH em empresas de gestão familiar

Os desafios do RH em empresas de gestão familiar

Responsáveis por mais da metade dos empregos formais do Brasil, as empresas familiares geram inúmeras oportunidades e desafios de gestão. Lideradas por parentes ou herdeiros do negócio, essas companhias são cercadas por valores, tradições e, até mesmo, conflitos, que se não forem bem gerenciados podem arruinar todo o legado.

Embora sejam 3% mais rentáveis que as empresas comuns (segundo dados da consultoria McKinsey), boa parte das organizações comandadas por clãs partilham uma grande necessidade: levar para o seu board executivos do mercado que possam profissionalizar a gestão familiar. Nessa e em outras situações, há um bom espaço para a intervenção do RH.

A última edição da pesquisa “Empresa Familiar – O desafio da Governança”, da PricewaterhouseCoopers (PwC), revelou que um dos principais desafios da profissionalização nessas empresas está relacionado à atração de talentos, isso porque não é raro encontrar executivos que se recusam a atuar numa gestão familiar. Muitos deles não conseguem enxergar oportunidades de carreira nessas companhias, o que, em parte, não é um engano.

O headhunter indiano Rajeev Vasudeva, especialista em recrutamento de altos executivos, diz que 50% dos CEOs que assumem uma gestão familiar dão de cara com o fracasso. De acordo com o especialista, a forte intervenção do empresário é um dos maiores obstáculos do sucesso de um novo presidente. Além disso, os conflitos familiares também são grandes barreiras para o triunfo do recém-chegado, afinal, o executivo de fora se vê impotente no meio da encruzilhada.

Profissionalizar a gestão familiar não significa afastar os herdeiros do negócio, mas sim abrir espaço para novas ideias e processos vindos do mercado. Por isso, a atração de talentos é uma missão constante do RH nessas organizações.

Atraindo talentos para a gestão familiar

Conforme mencionamos no início desse artigo, as empresas familiares são grandes geradoras de emprego e renda no Brasil. Porém, em muitas delas, os RHs sentem dificuldades de atrair talentos de alta gestão.

Segundo o estudo da PwC, as indicações de executivos para posições-chave são constantes nessas companhias. O problema é que nem sempre eles são os profissionais mais indicados para o momento.

Ao RH, resta a tarefa de encontrar uma proposta de valor que encha os olhos dos talentos que necessita, a fim de atrai-los e também retê-los. Nesse pacote, normalmente se inclui uma remuneração atrativa, um grande desafio de carreira (profissionalizar a gestão familiar é um deles) e um ambiente de trabalho diferenciado.

A gestão familiar e os sucessores

Passar o bastão para o(s) herdeiro(s) é uma missão difícil por diversos motivos. Além de preparar caminho para o sucessor, o RH precisa lidar com as emoções que envolvem essa transição.

Para muitos empresários, deixar o comando da empresa significa o fim de uma carreira e a perda da influência. Por isso, a sucessão é um assunto que vem à tona quando não há mais como evitá-lo.

A pesquisa da PwC cita um dado interessante sobre esse tópico, tomando como base o livro Preparing Heirs (Preparando Herdeiros), de Roy Williams e Vic Preisser: 70% das transferências de negócios numa gestão familiar falham. Os motivos? Falta de abertura e de transparência sobre o assunto.

O RH pode abrir espaço para essa conversa e facilitar a discussão do tema, como se antecipasse riscos para o negócio. Contudo, não basta preparar o caminho para o herdeiro. É preciso ainda capacitá-lo para tal finalidade.

Muitas companhias de gestão familiar liberam os sucessores para atuar em outras organizações, e esse “intercâmbio” funciona como um programa de desenvolvimento do futuro líder. Há ainda casos em que os herdeiros permanecem na empresa da família, mas começam a construir o seu legado praticamente do chão de fábrica.

Iniciativas como essas valem um benchmarking e servem de legado para os profissionais de RH.

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