Workaholic: um mal não necessário

Sandra acorda as 6h00, toma um mero café enquanto passa a agenda e olha os e-mails que não conseguiu responder no dia anterior. Ela sai para o trabalho quase sempre atrasada enquanto seu marido e seus filhos ainda dormem. Chega a sua casa por volta das 21h, leva trabalho para casa quase todos os fins de semana e parece constantemente cansada, vive a base de cafeína e energéticos, seu estresse é contínuo e toma antidepressivos para manter sua sanidade mental. Quando está em casa pensa no trabalho e quando está no trabalho se sente culpada por perder as atividades importantes de seus filhos e não conseguir dar a devida atenção ao seu casamento, mas seu trabalho precisa dela e ganhar aquela promoção é mais importante do que qualquer coisa.

Sandra é o que chamamos de Workaholic (que ou quem é viciado em trabalho; trabalhador compulsivo), não tem tempo para a família e para si. Bem estar e qualidade de vida estão longe do que chama de sucesso, afinal seu sobrenome é trabalho. E como todo e qualquer vicio, uma hora afeta a vida pessoal e profissional ao todo causando incêndios, muitas vezes, inapagáveis.

O Workaholic, que foi por muito tempo glamourizado e exaltado, hoje é considerado um problema para os gestores de RH. Entende-se que um colaborador ou CEO que sofra desse mal, não consiga ministrar sua vida e nem o seu tempo tornando-se improdutivo, já que seu trabalho está sempre atrasado precisando realiza-lo aos fins de semana e nas horas extras.  Planejamento é inalcançável à sua visão e trabalhos em equipe são um transtorno, pois não consegue “largar o osso” e dividi-lo entre seus colegas, afinal, ninguém faz melhor que ele.

Encontrar equilíbrio entre trabalho e a vida pessoal é uma necessidade absoluta, isso garante maior qualidade em todos os aspectos do individuo. Para a empresa, o custo acaba sendo alto, com o passar do tempo o Workaholic tende a ficar doente com mais facilidade gerando afastamentos médicos contínuos e, como sua cabeça funciona a milhão, o mesmo não consegue focar em apenas uma coisa pecando na qualidade e na entrega de suas tarefas.

Mesmo que muitos líderes ainda admirem um profissional que viva para o trabalho, pois mesmo que o Workaholic esteja em uma sintonia frenética  ele costuma ir atrás dos resultados a qualquer custo, após um período este funcionário quer o mesmo retorno da empresa que o contratou, o que acaba sendo quase inatingível e assim começam as frustrações e as corporações não conseguem entender como que aquele anjo do setor virou o problema em forma de gente.

Ao identificar esta parcela de degradação, as empresas juntamente com os setores de RH, começaram a tomar algumas medidas para ajudarem os Workaholics. Palestras sobre bem estar pessoal, implantação de atividades internas e estimulantes (como academias e salas de descanso), psicólogos a disposição e horários flexíveis foram implantados, mas o próprio individuo precisa identificar-se e procurar ajuda, seja psicológica ou com os chamados gurus que existem mundo afora, pois além de prejudica-lo no meio ao todo, este mal também provoca patologias extremamente prejudiciais como depressão e o que os psicólogos e psicanalistas chamam de Síndrome de Bournout , que é caracterizada pelo esgotamento profissional.

Não podemos nos iludir, em uma era tecnológica que exige velocidade e resultados constantes, acaba que as corporações exigem cada vez mais de seus colaboradores e eis que mora o perigo, já que é um prato cheio para os Workaholics e assim o efeito dominó está iniciado. O RH precisa estar atento a este cenário e criar, não apenas uma sala bonita que seja falada na mídia, mas sim uma sustentabilidade real e palpável para seus funcionários e alinhada com a empresa, mais do que resultados e metas, é necessário que exista um limite entre a vida profissional e a vida pessoal do colaborador.

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