Oportunidades e desafios da gestão de pessoas em startups

Em um artigo anterior, intitulado “Por que a carreira de RH está em alta?”, mostramos que o executivo de recursos humanos, que tem visão generalista, é um dos talentos mais valorizados do mercado atual. Esse movimento se deve, em parte, às pequenas e médias empresas (PMEs) que buscam tais profissionais para estruturar seus trabalhos de gestão de pessoas.

Nesse grupo de PMEs sedentas por RHs, destacam-se as startups, que podem ser definidas como pequenas ou recém-lançadas companhias que partilham um objetivo comum: oferecer soluções tecnológicas e inovadoras para o mercado.

Estimativas revelam que, só no Brasil, já existem mais de 4 mil empresas que perseguem esse propósito, e boa parte delas vem atraindo bons investimentos, gerando expansão de negócios e também de equipes.

Nesse cenário, há um bom espaço para a atuação do profissional de gestão de pessoas, a começar pela atração de talentos, já que as startups possuem um perfil diferenciado de colaboradores e líderes.

Abaixo, enumeramos três características importantes desses funcionários:

  • Alta qualificação: boa parte dos profissionais que atuam no desenvolvimento de projetos tecnológicos tem formação (universitária ou técnica) em algum curso relacionado à ciência da computação, internet ou engenharia. A busca pela atualização é constante entre eles, afinal, o mercado em que estão inseridos é movido à inovação. Os colaboradores das áreas de apoio, como marketing, finanças e gestão de pessoas precisam, ao menos, dominar o vocabulário que impera nas startups;

 

  • Flexibilidade/adaptabilidade: por atuarem num modelo de negócio que está em constante expansão, os colaboradores de startups costumam não ser apegados a rotinas e padrões inflexíveis de trabalho. São capazes de se adaptar aos variados cenários e desafios e, se necessário, desempenham mais de um papel na empresa;

 

  • Espírito colaborativo: os colaboradores têm, ou precisam ter, disposição para trabalhar em equipe, já que todos devem perseguir um mesmo propósito, que é fazer a empresa crescer e se destacar. Meritocracia e competição entre colegas são palavras pouco usuais nesse ambiente. Mesmo assim, eles esperam que seus desempenhos sejam reconhecidos e bem remunerados. Do contrário, podem migrar para outras startups.

Levando em conta esse breve perfil, podemos listar outros desafios e oportunidades da gestão de pessoas em startups, a saber:

Contratação assertiva: cabe ao RH ter uma clara definição do perfil profissional que a empresa precisa, levando em conta os fatores acima citados e as particularidades do negócio. De maneira geral, é bom evitar candidatos que busquem estabilidade e gostem de trabalhar com processos engessados.

Se as contratações erradas já geram inúmeros prejuízos financeiros às grandes companhias, em startups elas podem ser ainda mais críticas.

Retenção de talentos: seja pela chegada de novas startups ao mercado, seja pela essência do próprio negócio – que é dinâmico –, a rotatividade de funcionários pode ser um dos maiores desafios da gestão de pessoas em startups. Resta ao líder da área implantar as políticas básicas de RH, mas que tanto colaboram para reter talentos, tais como gestão de clima, remuneração e benefícios, treinamento e desenvolvimento, dentre outras.

Gestão da cultura organizacional: por mais que as startups compartilhem diversas características, como inovação e colaboração, cada empresa tem o seu DNA que a torna única. Por isso, a área de gestão de pessoas, com o suporte do CEO e da liderança, tem a missão de desenhar a cultura organizacional da startup e torná-la acessível a todos os públicos – interno e externo.

Proximidade com o CEO: provavelmente, uma das maiores e melhores oportunidades da gestão de pessoas em startups é ter um CEO mais acessível. Contudo, mesmo que a proximidade física facilite o contato diário com o presidente (que, por vezes, é o dono da empresa), essa parceria deve ser conquistada e facilitada pelo líder de gestão de pessoas. A ele, cabe a tarefa de consolidar um RH que saiba ser tático e, acima de tudo, estratégico para o negócio do CEO.

Aos leitores que atuam na gestão de pessoas de uma startup, fica o convite para que compartilhem suas experiências no espaço de comentários abaixo.

Redação
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